Partícula Elementar

(Um pouco de história e conscientização)

   É impressionante como o dinheiro vem mudando desde que foi criado, se é que no começo podia ser chamado de dinheiro. Durante muitos anos jóias, pedras preciosas, cheques, cédulas e cartões de crédito (claro que não existiam) não tinham valor algum e tudo era feito na base da troca ou como os historiadores gostam de chamar, escambo. Suponhamos que você resolvesse sair numa bela tarde de domingo colhendo laranjas no quintal da sua casa, você iria colher o necessário para o seu sustento e de sua família e depois você poderia trocar as laranjas que sobraram por outros tipos de fruta, carne ou até mesmo roupas, dependeria da oferta.

   Então vendo que nem sempre havia excedentes que pudessem ser trocados e que às vezes as trocas não eram de bom grado para os dois lados, resolveu-se valorizar determinados materiais para que estes pudessem comprar variadas coisas. As primeiras coisas que se tornaram dinheiro, ironicamente foram as mercadorias, mas daí você se pergunta se não continuava a ser um escambo, não, na verdade não.  Algumas mercadorias eram tão procuradas e necessárias que passaram a ser moeda de troca em vários lugares do globo. O gado, por exemplo. Mas com certeza a moeda mais famosa foi o sal, que deu origem a um termo até hoje utilizado, o salário, porque antigamente os empregados em vez de receber cédulas recebiam sua quantia mensal, semanal ou diária em quilos de sal. Até na época das grandes navegações esse tipo de moeda era usado, no caso do Pau-Brasil nas relações entre índios e portugueses. Historiadores chamavam esse câmbio de Moeda-Mercadoria.

   Com o mercantilismo, os metais preciosos tomaram conta do mundo. Nada mais nobre do que ostentar ouro e pedras preciosas em suas vestes e acessórios na época. Logo mais tarde alguém teve a brilhante idéia de pegar aqueles metais preciosos e cunhar pequenos discos com a imagem estampada do rei, imperador ou alguma figura importante. Discos que até hoje são usados. Mas como cada vez mais os metais preciosos estavam ficando escassos, metais mais baratos e abundantes substituíram a composição da famosa moeda.

   A moeda só tem uma coisa desconfortável, em grande quantidade ela é pesada e ocupa muito espaço. Então alguém viu que era um transtorno enorme carregar uma carroça de moeda, por exemplo, além de ser incrivelmente perigoso. Daí surgiram as cédulas de papel, que são leves, finas, fáceis de guardar e muito mais discretas do que as antigas moedas. Claro que com o transporte de valores cada vez mais elevados outros meios foram surgindo como o crédito e o cheque, mas até hoje o que predomina é a cédula. Só que uma coisa não é observada...

   Empresas de fabricação de papel e matérias similares estão cada vez mais trabalhando em produtos feitos de material reciclável e de áreas de reflorestamento. Sim, esse dinheiro que você carrega as folhas da sua impressora, dos livros que tem na sua casa, tudo foi feito através da derrubada de árvores por todo o planeta. Árvores que muitas vezes abrigavam vida, forneciam sombra, e que são responsáveis pela filtragem do gás carbônico jogado na atmosfera. Isso mesmo, esse gás aí que tem provocado o temido aquecimento global, ou pelo menos o gás mais prejudicial pela quantidade, já que não é o único.

   Então pedimos, não por vocês, não por nós, mas pelo planeta em geral, o planeta sem o qual você não estaria vivo: sejam cuidadosos e conscientes no uso do papel. Procurem comprar papel reciclável para suas impressoras ou para trabalhos de qualquer tipo com o mesmo, muitas vezes são o mesmo preço ou até mais baratos que os papéis convencionais. Até por uma questão de segurança prefira os cartões à cédulas, certa vez vi uma mulher carregando cento e vinte mil reais em dinheiro vivo para comprar um terreno, isso é coisa de cinema, e se por um acaso alguém roubar seu cartão, basta um telefonema para que o mesmo seja cancelado.

   E pelo menos uma vez plante uma árvore. Tenha consciência, pois são com simples gestos como esses que fazem o mundo ir se curando da sua doença respiratória, porque o dinheiro não pode pagar esse tratamento.